segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A Lenda da Carroça sem Cavalo

Nas noites de inverno, quando o frio nevoeiro que vinha do mar descia sobre a cidade, as pessoas que moravam em uma certa rua de São Francisco, denominada hoje Rua Dez, eram acordadas nas altas horas da madrugada, com o barulho de uma inconveniente carroça.
Essa carroça se locomovia de forma tão lenta, que os moradores, já irritados, levantavam-se de suas camas para verificar o que estava acontecendo. Quando abriam as janelas de suas casas para espiar quem era o responsável por tamanho incômodo, tinham um tremendo susto. A carroça não tinha cavalo! Dentro da carroça, panelas velhas, baldes amassados, chaleiras e bules, alguns pendurados no lado de fora da carroça, eram os responsáveis pelo tremendo barulho. As pessoas escondiam-se em suas casas, assombradas com tamanha manifestação do outro mundo, esperando que a carroça e o barulho desaparecesse lá longe.

mercado municipal de são francisco do sul

O prédio do Mercado Municipal, após quatro anos de construção, foi inaugurado em 20 de janeiro de 1900, na administração do Luís Gualberto. O atendimento ao público era realizado através de uma bateria de boxe na área central e outra na parte externa da edificação, servindo como centro comercial de São Francisco do Sul por várias décadas. As acomodações para comercialização de pescados foram concluídas em 1928, anexas ao prédio principal. Os produtos agrícolas oriundos do Distrito do Saí e a produção pesqueira artesanal da Baía da Babitonga, foram sempre preferidos pela população francisquense. O conjunto arquitetônico do mercado municipal foi restaurado em 1976, na administração do José Schmidt, ficando o atendimento restrito a sua parte interior, diversificado em produtos e serviços, com predominância para o artesanato e lembranças locais.

igreja matriz

A Construção
Quando em 1642, Antônio Fernandes iniciou a povoação da vila, já existia por aqui uma capela sob a invocação de Nossa Senhora da Graça, ignorando-se a época e o local de sua construção. Cabral afirma que mais tarde, com o povoamento iniciado por Manuel Lourenço de Andrade em 1658, foi construída uma nova igreja sob a invocação da mesma santa. Em 1768, em função da prosperidade alcançada pela vila, resolveram, o Conselho, juntamente com os principais da vila e com o povo, edificar um novo templo na localidade; a fiscalização da obra foi dada ao vigário da época "Padre Manuel de Nazaré" e contratado para construtor e pedreiro "Caetano Gomes da Costa" que foi ajudado pelos milicianos, pelos escravos e também pelo povo. A argamassa utilizada na construção era composta de cal de concha, areia e óleo de baleia. O construtor havia orçado a obra da igreja em 500 mil réis. Foi processado e multado pelo conselho por ter ultrapassado o orçamento, sem ter iniciado o reboco interno e a pintura. Tais melhoramentos somente tiveram andamento 20 anos após, contando com o apoio financeiro de toda a população. A encomenda da pia basti-mal e mais duas pias para água benta foram contratadas em 1802, pela câmara, ao mestre pedreiro "José da Encarnação". Complementando as obras de implantação da matriz, foi trazido do Rio de Janeiro, em 1823 o órgão que até hoje é utilizado nos atos religiosos, afirma a professora Andréa de Oliveira.
[editar] O Relógio
Em 1906, foi organizada uma festa em homenagem ao Afonso Pena, eleito naquele ano presidente da nação. Sobrando alguns mil réis das despesas da festa, que somados a outros angariados em campanha pública, serviram para a compra de um relógio, cuja data de fabricação é 1907. A instalação do relógio na torre se deu em 1908, sendo contratado o Antônio de Castro Pinho, auxiliado pelo pedreiro Antônio Alves de Sousa, o "Antônio Peteco". Originalmente, o relógio teria um só mostrador, mas graças as habilidades do Antônio de Castro Pinho, foram adaptados mais 2 mostradores laterais.


A Igreja Matriz atual.
Originalmente construída em estilo veneziano e com uma só torre, a igreja matriz "Nossa Senhora da Graça" sofreu diversas modificações que a descaracterizaram, ignorando-se a que estilo ficou pertencendo. A última delas foi a edificação de uma torre mandada executar pelo Vigário da Paróquia, Frei Sebaldo, com mão-de-obra contratada ao Kurt Kamradt. As despesas com a construção da torre, foram cobertas com donativos deixados em testamento por José Basílio Corrêa.

museu nasional do mar

O Museu Nacional do Mar é um museu brasileiro, localizado na cidade de São Francisco do Sul, em Santa Catarina.
O museu foi criado em 1993, com recursos do programa de investimentos estratégicos do governo do estado de Santa Catarina e da prefeitura municipal e com a permanente participação do IPHAN. O Museu Nacional do Mar nasceu com a revitalização dos grandes armazéns da empresa Hoepcke, abandonados há mais de vinte anos. O local, que abriga grande diversidade de embarcações brasileiras, foi revitalizado entre 2003 e 2004.
Museu Nacional do Mar, localizado na ilha de São Francisco do Sul
A finalidade do museu é valorizar a arte e o conhecimento dos homens que vivem no mar. São embarcações originais de todo o país, várias delas configurando alguns dos mais expressivos barcos tradicionais em todo o mundo. Jangadas, saveiros, canoas, cúteres, botes, traineiras e baleeiras são alguns deles. Organizado por temas, o Museu Nacional do Mar contextualiza história e uso das peças em exposição. Um exemplo disso é a sala da Amazônia, ambientada com um espelho d'água e decorada com vitórias-régias, peixes-boi e botos, ilustrando o cenário para as canoas indígenas daquela região.
São mais de sessenta barcos em tamanho natural e cerca de 200 peças de modelismo e artesanato naval, tudo identificado com textos e imagens explicativas. Também faz parte dessa nova versão do Museu Nacional do Mar a trilha sonora com músicas folclóricas das diversas regiões brasileiras e a música tema do museu, produzida especialmente para esta finalidade. São cerca de quinze salas temáticas, que ocupam os dois extensos conjuntos de galpões da antiga empresa Hoepcke. Em algumas salas foram montados dioramas - espécie de representação cênica onde podem ser observados o uso daquelas embarcações e o modo como os homens desempenhavam uma determinada atividade, como a pesca da baleia, por exemplo.

cidade historica de são francisco do sul

História

São Francisco do Sul é a cidade mais antiga de Santa Catarina. Colonizada por franceses, espanhóis e açorianos, sua primeira ocupação, foi feita temporariamente por espanhóis por volta de 1553. Não existem provas de que teria sido um dos pontos onde em 1504 a expedição de Binot Paulmier de Gonneville teria aportado.
Em 1640, Gabriel de Lara, "Alcaide mór, Capitão mór, Povoador da Vila de Nossa Senhora do Rosário da Capitania de Paranaguá", com portugueses e vicentistas, procedentes de Paranaguá, fundou a 3 de dezembro de 1641 a Vila de Nossa Senhora da Graça do Rio São Francisco.
Em 1658, Manuel Lourenço de Andrade, acompanhado por casais portugueses e paulistas, chegou a São Francisco, com plenos poderes, concedidos pelo Marquês de Cascais, para povoar a terra, repartindo-a entre a sua comitiva e os que fossem chegando. Já em em 1660 foi elevada à categoria de vila e tornou-se paróquia, recebendo seu primeiro vigário, o Padre Manuel dos Santos.
A glória da fundação do primeiro estabelecimento catarinense atribuem os historiadores, tanto a Andrade como a Lara, segundo o livro Colonização do Estado de Santa Catarina - Dados históricos e estatísticos (1640-1916) - Secretaria Geral dos Negócios do Estado - 1917. Seria justo atribuir a fundação a Ângelo Francisco, que foi, na verdade, o primeiro povoador da ilha de São Francisco.
Finalmente em 1847 é elevada a categoria de cidade.

[editar] O "descobrimento"

A teoria de que São Francisco do Sul foi descoberta pelos franceses nunca foi provada. Nem o nome da ilha ou mesmo a exata localização da portagem de Gonneville consta na relação completa da viagem escrita pelo ele mesmo.[6] Parte desta hipótese se deve a uma interpretação das discussões teóricas do historiador Costa Pereira em seu livro "História de São Francisco do Sul", que afirmou veementemente no mesmo livro, que "jamais se saberia com certeza aonde Gonneville aportou". A história documentada da viagem relata que em 24 de Junho de 1503, partiu do porto de Honfleur, França, a expedição de Binot Paulmier de Gonneville, a bordo do veleiro L'Espoir. Seis meses após sua partida da França, a expedição descobriu uma grande terra, que devido a vento terral contrário, só puderam aportar na tarde do dia seguinte. Segundo o pesquisador Oswaldo Rodrigues Cabral, em sua obra "História de Santa Catarina", a terra era descrita como fertilíssimo, abundante em animais, aves, peixes e árvores, e povoada por índios carijós, que "procuravam apenas passar a vida alegre, sem grande trabalho, vivendo da caça e da pesca, e do produto espontâneo da terra, e de alguns legumes e raízes que plantavam".
Carlos da Costa Pereira, nos diz que essa nação indígena era amistosa, e tinha por essa época como chefe o cacique Arosca. O capitão Binot Paulmier de Gonneville, antes de regressar à França, ergueu uma enorme cruz de madeira, com mais ou menos 35 pés, em uma colina com vista para o mar, em uma bela cerimônia no dia da Páscoa de 1504. A cruz foi carregada pelo capitão e pelos seus principais auxiliares no comando do navio, com a ajuda do chefe Arosca e outros índios importantes da tribo. Após a cerimônia foram distribuídos vários presentes aos índios, que foram avisados por meio de sinais de que deveriam preservar aquela cruz, onde se encontravam gravados os nomes do papa Alexandre VI, do rei Luís XII, do Almirante da França Louis Mallet de Graville, do Capitão Binot Paulmier de Gonneville e de todos os outros tripulantes do navio. Do outro lado da cruz foram gravadas as seguintes palavras: Hic Sacra Palmarivs Posvit Gonivilla Binotvs; Grex Socivs Pariter, Nevstraque Progenies - que significa: Aqui Binot Paulmier de Gonneville plantou esse objeto sagrado, associando em paridade a tribo com a linhagem normanda.
Gonneville retornando à França em 3 de julho de 1504, levou consigo um dos filhos de Arosca, Essomeric (Essomeric é provavelmente uma corrupção de Iça-Mirim, chefe pequeno), com a promessa de educá-lo no manejo de armas e fazê-lo voltar à sua terra natal após 20 luas. Outro índio, Namoa, morreu em alto-mar, vítima de escorbuto, segundo os relatos de viagem do próprio Gonneville.[7] Alguns relatos dizem que Namoa seria a jovem esposa de Essomeric. Ainda em alto-mar, Essomeric foi batizado de Binot, antes que morresse pagão, como Namoa. Impedido de voltar ao Brasil devido aos prejuízos sofridos na primeira expedição, Gonneville não pode cumprir sua promessa, dando em compensação uma boa educação ao índio, que casou-se em 1521, já com 31 anos, com sua filha Suzanne, legando-lhe parte de seus bens, com a promessa de que os seus descendentes do sexo masculino usariam o nome e as armas de Gonneville. Segundo os relatos de Muraro, Iça Mirim morreu em 1583, aos 95 anos, após ter 14 filhos com Suzanne, o que mostra ter se adaptado bem às condições de vida na França.
Chegada dos navegadores franceses.

[editar]


forte marechal luz

História

A sua história tem origem no início do século XVII, quando os portugueses instalaram na ilha em posição dominante no topo do chamado morro do forte, a primeira bateria de artilharia para defender a entrada da baía da Babitonga de invasores estrangeiros: a Bateria de São Francisco do Sul.
A atual fortificação foi erguida, a partir de 1909, sobre o local da primitiva bateria, com a mesma função de defesa do ancoradouro. As suas obras foram desenvolvidas sob a direção do tenente Alberto Eduardo Becker e foi artilhada com dois canhões Armstrong QF de 120mm e dois Armstrong BL de 152mm, datados de 1893 nas cunhas, sobre reparos navais. Estas peças eram oriundas do Cruzador Benjamin Constant, da Marinha do Brasil.
No contexto da Primeira Guerra Mundial, em novembro de 1915 aí foi implantada a 5ª Bateria Independente de Artilharia de Costa, tendo como seu primeiro comandante o tenente Victor Francisco Lapagesse. O forte foi inaugurado em 21 de dezembro de 1915, e desativado por Decreto de agosto de 1954, quando estava guarnecido pela 6ª BACM (BARRETTO, 1958:279-283).
BARRETTO refere ainda que, em 1958 encontrava-se artilhado pelos dois Armstrong 120 mm C/40, os dois Armstrong 152 mm C/41 anteriormente referidos, e oito canhões Vickers 152 mm, e guarnecido pela 1ª Bateria do 5º GACosM (op. cit., p. 279).
Atualmente esta bateria é palco da cerimônia de troca da Bandeira nacional, todos os Sábados às 08:00 h, efetuada pela guarnição de serviço em uniformes de época, quando é feito o disparo de uma salva de canhão. A visita às instalações do forte deve ser marcada com antecedência, com o Departamento de Comunicação Social da unidade.